Luiz Galvão, presidente do SindmotoDF e representando a Febramoto, participou da audiência em que defendeu os entregadores, relatou severa precarização promovida pelas empresas de aplicativos e solicitou à deputada federal Erika Kokai, organizadora da audiência pública, que o Congresso Nacional através de seus parlamentares defendam os trabalhadores.
"Deputada, nossa categoria está precarizada, os entregadores estão em dificuldades financeiras, passando necessidades, principalmente os que se acidentaram e não tiveram ajuda alguma das empresas de apps, que abandonaram os trabalhadores . Isso precisa acabar", ressaltou Galvão.
Em sua fala, mencionou que a saúde dos trabalhadores tanto física quanto mental, vai de mal a pior por conta da informalidade que as plataformas colocam e que, atualmente, só em Brasília, mais de 300 famílias estão desemparadas porque entregadores estão em recuperação ou o pior, vieram a óbito.
Para ele, quem é CLT está melhor porque tem direitos trabalhistas, taxa mínima de entrega, benefícios e amparo legal das empresas tradicionais de entregas rápidas em caso de acidentes, inclusive contam com Acordos Coletivos que garantem remuneração mínima, reajustes anuais e demais direitos constitucionais.
Ainda no discurso, ele citou que a Lei Federal 14.297/2022 - que é um tipo de seguro de vida logado, só vale se o trabalhador dá o "aceite" na hora da entrega, e que protege o produto e não ele, ou seja, o que está sendo entregue vale mais que a vida do próprio entregador.
"Os entregadores, por conta dessa precarização, têm sido cada vez mais vítimas de um sistema exploratório, veja que os acidentes com eles estão aumentando em todo Brasil e o pior é que as plataformas não resguardam os trabalhadores, famílias ficam desemparadas e quem está pagando essa conta é o governo federal, assumindo um compromisso que não deveria ser dele, enquanto as empresas de app ficam bilionárias", finalizou.
Assista aqui a audiência pública 'Consequências do trabalho em plataformas de entrega de alimentos'.