O que se vê, ou melhor, lê, é mais uma tentativa da empresa de tumultuar o serviço de entregas no motofrete em causa própria, confundir os entregadores, dividir o setor e manipular opinião pública.
A empresa, que se vê acuada com as recentes declarações do Ministro do Trabalho Luiz Marinho, faz com que todos pensem que ela é parceira do trabalhador, que não só oferece um excelente meio de ganhar a vida, como paga bem e ajuda os entregadores como nenhuma outra empresa no Brasil.
Pura falácia e cenário digno para “inglês ver”. Vamos aos fatos.
> O iFood não quer CLT, único instrumento legal que garante direitos mínimos para trabalhadores. Além disso, foge de todas as discussões sobre esse assunto com representantes legais da categoria e manipula opinião dos trabalhadores alegando que MEI é melhor e que oferece liberdade, o que de fato não acontece porque o entregador fica refém da empresa por falta de opção.
> O iFood quer discutir Seguridade Social com os trabalhadores, mas essa discussão deve ser entre empresa e governo federal, trabalhadores querem negociar direitos trabalhistas.
> O iFoof alega que mantém conversas abertas com entregadores, mas na realidade organiza encontros e fóruns com youtubers e influenciadores digitais, que na realidade se interessam apenas por curtidas e seguidores.
> O iFood não deseja seguir regras e leis já existentes, caso contrário respeitaria a Lei Federal 12.009 e a Lei Municipal – SP 14.491, que determinam responsabilidades e deveres para empresas que atuam no setor de motofrete.
> O iFood diz que colabora com a Secretaria de Segurança Pública para minimizar assaltos cometidos por falsos entregadores, mas sequer tem controle das jaquetas e nem das mochilas que vende para o trabalhador, além disso criou um sistema para o Governo Estadual – Polícia Militar, que identifica trabalhadores apenas de sua plataforma em comandos policiais, promovendo verdadeira discriminação em relação a entregadores de outras empresas.
> O iFood diz que participa da discussão de mudanças no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), mas é incapaz de fornecer qualquer tipo de alimentação aos seus colaboradores, sendo que muitos passam horas sem se alimentar por conta da baixa remuneração que recebem.
> O iFood afirma ser plataforma tecnológica e que apenas faz intermediação entre usuários e entregadores, porém, o Ministério Público do Trabalho (MPT) investigou a empresa durante um ano e comprovou uma série de irregularidades. Dessa forma, abriu ações civis públicas no Judiciário pedindo vínculo empregatício entre empresa e entregadores, além de outros direitos trabalhistas.
O SindimotoSP segue denunciando e combatendo todas as empresas que atuam com aplicativos no setor de motofrete por entender que elas causam danos aos trabalhadores e seguirá adiante na defesa da categoria que agora conta com a ajuda do Governo Federal – Ministério do Trabalho que já se mostrou favorável na defesa ampla dos direitos trabalhistas.