No fim da primeira quinzena de dezembro, o iFood realizou o 1º Fórum de Entregadores do Brasil com formadores de opinião que não vivem a situação real e diária dos entregadores do setor delivery que a empresa mantém em seus cadastros, tanto em modelo Nuvem e Operador Logístico, quanto nos modais motocicleta e bike.
Os trabalhadores que deveriam ter o espaço merecido no evento e, que de fato realizam as entregas nas ruas colocando suas vidas em risco, têm reclamado inclusive realizado protestos e greves, que até aqui e de forma prática, a empresa não deu respostas concretas que minimizem a precarização que promovem no setor de motofrete.
A situação de trabalho desses profissionais continua caracterizada como semi-escravidão, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT) tem argumentado em ações civis públicas movidas contra o iFood e outras empresas de apps que monopolizam e exploram o setor. Aliás, elas são alvo de CPI dos Apps criada pelos vereadores de SP.
No fórum realizado pelo iFood, os participantes convidados apenas apresentaram reivindicações dos entregadores que já chegaram ao Ministério Público do Trabalho e Ministério do Trabalho e Previdência em denúncias do SindimotoSP e Febramoto. Vale ressaltar que todas estas instituições citadas no parágrafo anterior não foram chamadas para o evento, o que comprometeu a legitimidade dele.
Além disso, num evento que durou 3 dias, o iFood não trouxe propostas concretas para aumentar a tarifa de entrega, efetivar taxa de espera no restaurante, não bloquear mais indevidamente e sem explicações plausíveis para o trabalhador, entre outras demandas importantes para que o trabalhador exerça com dignidade a profissão.
No entendimento do SindimotoSP e da Febramoto, o fórum foi para inglês ver, fazer média. "Se as empresas de aplicativos não cumprem sentenças do MPT e recorrem, como cumprirão acordos em cartas de compromisso se negam os direitos do trabalhador exigidos em instituições que defendem o trabalhador?" questiona Gilberto Almeida dos Santos, presidente do sindicato e federação dos motoboys, que complementa; "somente no Poder Judiciário essas empresas cumprirão regras e direitos trabalhistas", finaliza.
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