Por isso, no mês em que comemoramos a Semana Nacional do Trânsito (18 a 25 de setembro), gostaria de refletir com vocês sobre o que podemos fazer para escaparmos desse problema. Afinal, como diz o tema deste ano, “no trânsito, sua responsabilidade salva vidas”.
Já falei que sou motociclista há 50 anos e sempre pratiquei a pilotagem defensiva, isto é, estou sempre atento, faço a frenagem de maneira adequada, combinando os freios dianteiro e traseiro, respeito às leis de trânsito e cuido da manutenção preventiva da moto.
Apesar de seguir isso à risca, imprevistos fazem parte das nossas vidas e eu já encarei muitos. No ano 2000, por exemplo, quando trabalhava num centro educacional de trânsito, estava fazendo um aquecimento no pátio do 3º Batalhão de Choque, da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas), antes do início da sessão de treinamento, e derrapei numa das voltas.
Naquele trecho, havia um desnível e, como estava pilotando no limite, perdi o controle. Mesmo com toda minha experiência, sofri uma derrapagem que foi controlada graças aos treinos e à sensibilidade de buscar e retornar ao equilíbrio dinâmico.
Quis contar essa história para mostrar que nenhuma situação deve ser subestimada e excesso de confiança pode levar, a qualquer um, a uma condição de risco. Precisamos ser confiantes, mas é preciso saber medir bem essa dose. Quando confiamos demais em nossas próprias habilidades no trânsito, passamos a pilotar em alta velocidade e até deixamos de respeitar as leis de trânsito, como ultrapassar o farol vermelho.
Muitos de vocês trabalham com serviços de entrega e na ânsia de cumprir prazos no menor intervalo de tempo, podem cometer alguns deslizes nessa tarefa, o que pode implicar na qualidade do trabalho.
Quer ver um exemplo? Você vai entregar uma refeição e para chegar mais rápido, você pilota numa velocidade maior que a permitida e freia bruscamente. O seu cliente pode receber uma comida toda “bagunçada”. Costumo dizer que “quem deve misturar a comida, sou eu e não a motocicleta”.
Pode parecer brincadeira, mas existem diversas implicações em atitudes como essa. Ao pilotar dessa forma, você aumenta suas chances de se envolver em um acidente. Nessa situação, você sempre perde: pode se machucar e ficar parado ou ainda danificar a moto e ter que levá-la para uma oficina.
Nos dois casos, ficará um tempo sem trabalhar. E isso, ninguém quer não é mesmo? Por isso, ao subir numa moto, tenha sempre uma atitude responsável! Com isso, ajudará a preservar a sua vida e a dos outros.
Wilson Yasuda - consultor de segurança viária da Abraciclo
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